terça-feira, 10 de junho de 2008

Corvéia e Talha ao Senhor F (euldal)


Los Porongas saem do Senhor F, em uma história cheia de contradições que conotam mais interesses pessoais do que a própria arte

Senhor F acha que os Porongas lhe meteram uma pica bem grande pelas costas. Mas os Porongas afirmam categoricamente que colocaram vaselina no produto. No fim das contas, tudo parece se resumir a uma relação de ficantes onde um resolve curtir algumas novas aventuras e o outro fica com ciúmes por causa disto

O que há um tempo atrás era uma relação de parceria, recentemente um mandou o outro tomar no cú e ficou de mal.

Dia 31 de maio o site Senhor F publicou nota onde declara que a banda não faz mais parte das bandas que compõem o selo, em função de esta ter assinado contrato com a produtora Barraventoartes. Esta nota foi respondida dia 5 agora pela banda, que afirma que Philippe Seabra, sócio de Fernando Rosa no selo, não tinha sido informado que a nota, assinada pelos dois, havia sido publicada. A tréplica do Senhor F foi categórica quando afirmou ser falsa a acusação feita pelos Porongas de que Philippe não havia sido informado da nota. Assim como a primeira, esta nota do Senhor F foi assinada pelos dois sócios. Concretamente, a história está muito mal contada, tanto por uma parte quanto pela outra. Vamos aos fatos

Dá pra observar da parte do Senhor F que este espera uma espécie de relação de suserania e vassalagem por parte dos Porongas em relação ao selo. As notas publicadas no site dão a entender que o selo promoveu o crescimento da banda e que, em função disto, a banda deve manter fidelidade ao selo, coisa que, de acordo com o site, a banda não cumpriu, assinando, ao invés disso, contrato com a produtora, tornando-se um "infiel" perante seu parceiro.

A isto, a banda respondeu que não havia um contrato formal dos dois em relação a esta questão, e relatou que sempre se sentiu livre para assinar contrato com outros parceiros. Além disso, contam em sua nota, deixaram bem claro quando firmaram contrato com a Barravento que não desejavam deixar de lado suas relações com o selo.

Neste ponto, o selo não tem nada que pestanejar. Não havia qualquer contrato firmado que obrigasse os Porongas a manter relações de fidelidade com o selo. Assim, a banda não tem que prestar contas ao Senhor F sobre esta questão. Se a banda deseja seguir sua carreira fora dos limites do selo, mantendo ou não sua relação com o mesmo, isso é uma decisão que cabe à banda e somente à banda. Além disso, o fato de o Senhor F ter disposto de toda uma estrutura para a banda não justifica a afirmação deste de tentar criar assim uma relação de dependência da banda para com o selo, até mesmo porque, mais uma vez, não havia qualquer contrato, até onde se sabe, e o próprio selo deixa claro isso em sua última nota, que versasse sobre uma relação de troca onde o selo daria a estrutura e a banda se manteria fiel ao selo. O próprio selo, em suas notas, não faz qualquer alusão a qualquer possibilidade de a banda ter gerado benefícios para o mesmo. Nestas notas só se afirma sobre o fato de o Senhor F ter disposto de estrutura e gerado uma serie de benefícios para a banda. A nota da banda, quando responde o selo, deixa bem claro, e de forma correta, que houve ali um beneficiamento recíproco entre banda e selo. A nota não disse isso em termos mais específicos, mas isso é facilmente deduzível: ao mesmo tempo que o selo promove a banda, a própria banda, com sua qualidade musical, que objetivamente é boa, apesar do ego um tanto quanto crescidos, para dizer em termos mais eufemísticos, dos caras nestes últimos tempos (os caras já foram mais humildes, mas às vezes uma subida na vida tem um efeito bem grande no ego), promove o nome do selo.

Um ponto que tá muito estranho nesta questão é a questão de Philippe Seabra ter ou não sido informado sobre o fato de as notas do Senhor F terem sido publicadas. A primeira nota do Senhor F foi assinada pelos dois sócios. Na nota do dia 5, os Porongas afirmaram que Philippe não havia sido informado sobre a publicação da nota, o que seria um fato sério. Mas na última nota do Senhor F, novamente assinada pelos dois produtores, o selo afirma que a acusação da banda é falsa. Concretamente, o que temos até agora é uma briga bem no estilo daquelas briguinhas de moleques na rua brigando pra ver quem é o dono da bola. Um diz: "seu filho da puta, devolve minha bola!". O outro o refuta: "Tua o que, seu puto? Essa bola é minha!"

Felizmente, para este tipo de situação, existe a racionalidade, para que se possa encontrar pelo menos algo que tenha ao menos um pouquinho de lógica (coisa meio difícil de encontrar em alguns momentos desta novela).

Espero que não doa muito, mas agora, se a gente quiser avançar um pouco na história teremos que fazer esta coisa que existe na parte de cima da coisa que tem colada sobre seu pescoço, e que em alguns casos é usada para abrigar grandes cabeleiras (estas que às vezes possuem uma rica biodiversidade - rica fonte de estudo para biólogos) ou em outros para uso de boné, funcionar. Então...

Vamos pensar um pouco!

Vamos imaginar a seguinte situação: que a afirmação dos Porongas esteja correta, ou seja: que Fernando Rosa tenha escrito a primeira nota e a publicado no nome dos dois produtores, sem avisar Philippe Seabra. Aqui a coisa descamba pra duas possibilidades:

1. Philippe se pronunciar a respeito, já que os Porongas afirmam que este produtor não sabia da nota. Até o momento, não há nenhum pronunciamento de Philippe sobre a questão.

2. Philippe ter conversado com Fernando e colocado pra ele a crítica sobre a questão de ter sido publicada uma nota com seu nome sem ele ter sido avisado. Numa conversa deste naipe, seria natural que ficasse acertado que Fernando não mais fizesse esse tipo de coisa.

Mas isto não ocorreu...

A tréplica do Senhor F novamente foi assinada pelos dois produtores. Agora vamos esmiuçar um pouquinho a segunda possibilidade. Neste caso, estaria bem claro que Fernando estaria de sacanagem, pois, depois de se comprometer a não fazer este tipo de coisa, publicar mais uma vez uma nota assinada tanto por ele quanto por Philippe, sem avisar este, seria agir de extrema má fé. Em tese, após isso, é completamente natural um pronunciamento de Philippe a respeito da questão, a não ser que este não se importe muito de ter seu nome exposto por algo que não escreveu.

Agora imaginemos os efeitos de um pronunciamento deste naipe para Fernando:

1. O cara seria desmentido em público. Passaria por mentiroso na frente de todos os que acompanham a movimentação da cena independente no país.

2. A conseqüência concreta disto pode ser sintetizada em uma palavra: desastre. Seria um abalo bem grande tanto para o cara quanto pra sua carreira. Isso não seria nenhum pouco conveniente para o cara.

Assim, a não ser que o cara não raciocine muito bem, não pode ser caracterizada como "normal" a possibilidade de o cara escrever duas nota sobre uma questão tão delicada como essa e publicá-la em um site que é visitado por gente de todo o país assinando a nota em seu nome e em nome de outra pessoa, sem avisar a esta pessoa.

Na verdade, essa história tá cheia de incoerências, tanto de uma parte quanto da outra. O selo deixa implícito em suas notas que deseja uma relação de dependência da banda, com esta sendo completamente fiel ao selo, coisa que não tem nenhuma lógica, pois a banda não tem qualquer obrigação jurídica com o selo, e além disso, não desejava romper o laço de cooperação, até que o próprio selo rompeu. Por outro lado, a banda publica informações sem muito nexo lógico, que inclusive são refutadas pelo site. Essa história tá bem mal contada.

É... tem caroço nesse angú... e parece que não se trata de caroços normais...

Considerações Finais

O Senhor F e os Porongas mantinham uma relação bem estável um com o outro. Não tinha nenhum compromisso. Eram ficantes. Mas os Porongas resolveram flertar por outras bandas. Senhor F não gostou. Acha que levou uma F...[1] pelas costas. E ficou muito magoado com a história. Tanto que não quer mais ter relações com os Porongas. Se sente traído em seu amor... os Porongas resolveram verter suas luzes para outros pontos. Outros caminhos. Isto para o Senhor F parece inadmissível. "NÓS levamos eles à glória! Como podem estes ímpios nos trair desta forma!? Traidores!" Enquanto isso, os Porongas tentam se livrar da sombra que os persegue. Escorregam em suas próprias afirmações, mas pelo menos estão tentando. Afinal, "O que seria da vida também se não pudéssemos tentar" (Dead Fish)

Concretamente?




Johnny Monster, o destroçador de incoerências.

5 comentários:

Marcos Felipe disse...

Um fator que não foi avaliado é: quais são os precedentes de ambas as partes? Isso é, não sei de problemas do selo com outras bandas, já os Porongas vem de uma "separação" com o Catraia.
Maior do que a discussão dos culpados é avaliação do objetivo da banda e do selo. Em minha opinião o Porongas quer o maestream, já o selo não.

BERADELIA disse...

fraca essa resenha hein...
parece a menina la do TV fama dando noticia de fofoca...

abraço...

comprepag-online disse...

ahhrr!!
eu odeio crítico de indie!
ainda mais crítico de críticos produtores de indie!!
uhuuhuuhu!

O Fundo do Mundo disse...

que perda de tempo!

Chefe_XiitA disse...

ler demais é coisa de indie!


(ganhei 5 mim !)