sábado, 31 de maio de 2008

Circuito Fora do Eixo e Rondônia


Porto Velho e sua visão cubista

Após o Festival Casarão e a passagem do Espaço Cubo por Porto Velho, percebeu-se que a chama dos movimentos reacendeu, principalmente para o Projeto Beradeiros que encontra-se sobre uma intensa e tumultuada chuva de ataques e contra-ataques.

Antes de aprofundarmos na atual conjuntura da cena de Porto Velho, precisamos rever alguns pontos históricos do Projeto Beradeiros.

Festival Beradeiros: Surgiu em meados de 2005 com a necessidade e o objetivo de unir as cenas do Acre e Rondônia, bem como realizar eventos que valorizassem as composições próprias. O projeto logo ganhou uma grande aceitação por partes das bandas e do público local. Os contatos se intensificaram e chegaram a outros horizontes do país.

Após o Festival Beradeiros de 2007, grande parte dos fundadores do Projeto Beradeiros teve que deixar o projeto, alguns por motivos pessoais, outros motivos profissionais, surgiu então uma nova geração que ficou com a missão de dar continuidade a esse fruto. Com uma nova visão, novos ânimos, e com pouca participação das bandas de Porto Velho o projeto realiza o Grito Rock Porto Velho e logo depois acaba parando. Momento no qual ficou a tal reflexão “Aonde foi que erramos?”.

Espaço Cubo e o Circuito Fora do Eixo: O Circuito Fora do Eixo é uma rede de trabalhos concebida por produtores culturais das regiões centro-oeste, norte e sul no final de 2005. Começou com uma parceria entre produtores das cidades de Cuiabá (MT), Rio Branco (AC), Uberlândia (MG) e Londrina (PR), que queriam estimular a circulação de bandas, o intercâmbio de tecnologia de produção e o escoamento de produtos nesta rota desde então batizada de Circuito Fora do Eixo. A rede cresceu e as relações de mercado se tornaram ainda mais favoráveis às pequenas iniciativas do setor da música, já que os novos desafios da indústria fonográfica em função da facilidade de acesso à qualquer informação criou solo ainda mais fértil para os pequenos empreendimentos, especialmente àqueles com características mais cooperativas. (texto extraído do site www.foradoeixo.org.br).

Na mesma época que conhecemos o Fora do Eixo, logicamente, conhecemos o Espaço Cubo, afinal dá pra confundir né, sendo um coletivo nacional e internacionalmente conhecido, que nos mostrou e nos mostra até hoje a importância da troca de experiências e tecnologias, bem como a importância da organização de cada cena, porém houve uma parceria de fato com o Projeto Beradeiros.

A Atual Cena

Após a participação do Espaço Cubo como parceiro do Festival Casarão, realizando funções que em Porto Velho seria difícil encontrar, ocorre uma quebra nas relações harmoniosas e pouco produtivas dentro do Projeto Beradeiros. Marcos Mitos, o então presidente do Projeto Beradeiros, decide deixar o projeto com o intuito de formar um novo coletivo alegando que suas idéias não caberiam no formato do Beradeiros, acredito que devido ao espírito político anarquista deixado pela extinta Tribo do Rock ou ainda que suas idéias não agradassem os membros restantes.

Este fato causou muita instabilidade na cena de Porto Velho, ocorre ataques agressivos e discussões muitas vezes tolas. Associou-se então tal fato a passagem do Cubo por nossa terrinha. Uma vez que o projeto sempre viveu entre amor e ódio, porém, mais ódio do que amor com os objetivos, muitas vezes ocultos do Espaço Cubo...

Por muito tempo houve sempre polêmica entre Porto Velho e o Espaço Cubo, que tal formato não caberia em nossa terra, que o cubo privilegia o estilo Indie, e blá blá blá.

Ouvi algumas opiniões sobre qual o efeito dessa passagem do Espaço Cubo, o que o Cubo poderia trazer de útil para nós e se algo mudou em nossa cena:

"Trouxe muitas coisas boas, abriu nossas cabeças, pra tipo: dá certo se tu correr atrás, com seriedade e afinco, acho que serve demais" (Raphael – Di Marco – Ji-Paraná)

“nem tudo que é possível lá hoje...é possível aqui hoje..

o pessoal do fora do eixo fazem política muito bem....é o que precisamos aprender...os caminhos políticos....a gente saber como conseguir e obter o que nos é de direito”

(Rafael Altomar – Bicho do Lodu)

“mudou, na articulação para fora do estado, ou seja, na possibilidade de troca de tecnologia com outros cantos do país” (Nettü – Vilhena Rock)

“Em parte, boas trocas de experiência que resultaram em acender a chama do independente mesmo em várias pessoas (aonde vai dar essa chama num sei, mas acendeu)” (Vinicius Lemos – Fan Rock)

O Circuito Fora do Eixo é uma das armas que as bandas independentes possuem, e que devem usar o máximo possível, pois pode facilitar a divulgação das mesmas, mas... Como tudo na vida existe o tal do "mas". Acho que há uma ênfase muito grande em certo estilo musical, o que acaba consequentemente diminuindo o espaço de outros estilos menos agradáveis aos ouvidos de quem não está acostumado com o “barulho”... Vejamos um exemplo. Num festival qualquer do Circuito Fora do Eixo os jornalistas vão sempre falar mais das bandas do estilo "indie" e bandas de punk, hardcore, heavy metal terão seus espaços reduzidos nos comentários e muitas vezes nem serão citadas, nada mais normal que isso. Ora se a especialidade e preferência pessoal é o "indie" nada mais justo que resenhar bandas de “indie”, o problema gira em torno das resenhas e apoio concedidos aos estilos mais "barulhentos", estas, sempre estão forradas, transbordando ignorância e preconceito musical, comentários do tipo "banda legal, mas não vejo futuro", “músicas iguais as do Sepultura” “músicas iguais as do Ratos de Porão”

São comuns nestes meios... E se trocarmos as figurinhas de lugar? Iríamos a um festival em que fosse o inverso os comentários seriam a mesma coisa, o punk, hardcore, heavy metal seriam enaltecidos,enquanto que o “indie” receberia exatamente as mesmas críticas, “parece cachorro grande” “bandas chatas” “parece los hermanos” então chego a seguinte conclusão: as coisas funcionam pra quem deve funcionar, pra Coveiros não funciona, prefiro continuar nos buracos do hardcore mesmo. (Giovanni Marini – Coveiros)

Acredito que em longo prazo essa passagem não tenha grandes efeitos, há algum tempo já se notam outros movimentos atuando em Porto Velho, podendo citar o Fan Rock que realiza o Festival Casarão, o Cogumelo Nuclear que realiza grandes eventos de metal,, O movimento Underground de Porto Velho com bandas e evento de rock gospel underground, e as próprias bandas como a Rádio ao Vivo que realiza as Under Rock’s. As vezes penso num futuro com divisão de bandas como rótulos, desse ou daquele coletivo ou movimento, nesse evento só toca banda do meu movimento e naquele só toca banda daqueles movimento, algo com o espírito do garoto dono da bola que não joga nada (hehe).

Como minha visão de futuro Administrador, vejo que o que é certo é a necessidade de uma organização maior dos movimentos, obtendo seriedade de seus membros, articulação, profissionalismo, planejamento, estarmos com os objetivos claros, com nossa missão e visão, e o que acho primordial, pensamento coletivo, se é pra ficar num coletivo de bandas, não podemos ser egoístas e querer beneficiar apenas a minha ou aquela banda, é preciso ser consciente, afinal, é um coletivo.

É necessário antes de tudo que o povo de Porto Velho conheça suas bandas. Valorizarmos o nosso produto, que os eventos sejam auto-suficientes e que se construa uma cena realmente forte.

Porto Velho hoje implora por uma organização de seus movimentos, é certo que não dependemos do Espaço Cubo, do Bush ou do Coelhinho da Páscoa ou quem quer que seja. Somos apenas dependentes de nossas atitudes e ações.

Elton Costa – Projeto Beradeiros – Rádio ao Vivo

13 comentários:

INTERIOR ALTERNATIVO disse...

muito bom o texto elton

parabens

Marcos Felipe disse...

Primeiro, um erro. Meu nome não é Marcos Mitos, mas sim, Marcos Fonseca. "Segundos", a idéia de discussões agressivas ou o que quer que seja, ainda não chegaram a meu conhecimento. E na verdade não vejo as mudanças como algo pouco produtivo, a pressa em tirar conclusões é mais um erro. Tanto que não há essa crise mencionada, uma das bandas fundadoras do Beradeiros, participa deste nova empreitada.

Hélio Dantas disse...

este blog de grindcore pra mim só tem o nome mesmo.

Douglas Diógenes disse...

Parece ate um blog indie isso aqui po!


Vamos metralhar os corpos dos rárdicor indies..

Força movimento grindcore emo!!

Avante...

Ta bom eu nao tenho nenhum comentario construtivo no momento.

Paulinha Marini disse...

hum..gostei
=)

Luciana Borges disse...

=)


ps: mas é pra isso mesmo que serve ^^



;*

Felipe Carlos disse...

faltou mais grind no texto, mas ele está ótimo.


acho apenas uma coisa: a cena se dá em oscilações, tem seus altos e baixos. Estamos na parte baixa do negocio, mas estamos caminhando pra ascensão. ;)

Anônimo disse...

Não tem crise nenhuma - tem ruptura.

Isso é grindcore ou é retalhação de mocinha.

O texto do Elton é bom.

Creio que não seria legal o Marcos está assumindo a postura de réplicas e tréplicas - basta largar toda essa babaquice e trabalhar.

Não se deu bem no Beradeiros mano, fez certo, pede pra sair e monta algo nos teus moldes.

Só devemos ser mais claros em nossos atos. Ás vezes acho que seria justo até rolar sangue sabe?

Política de boa vizinhança pra mim só se faz de uma forma: trabalhando.

Agora é firula também ficar entrando em réplicas para fazer retificação do teu nominho, tenha dó!

Vocês tão parecendo um bando de emo com todo esse xorôro...crise existencial...não sei pra onde vou.

Não tem crise nenhuma não.

Gostei da paradinha da carapuça.

Agora, urubus comam a carne - comentem, repliquem, gritem, arranquem os cabelos ou, vão
PARA O RAIO Q O PARTAM!


ha ha haha


ISAAC RONALTTI

E sem xarope...até gostei da saída de vocês, afinal, o blog do Beradeiros tinha virado o Blog da Hey Hey Hey e o Diário "publicamente secreto" - dá para entender? - de Bruna.

A eterna indecisão entre o que o um espaço coletivo e o que é o gosto pessoal.

Realmente todo mundo tem um cú, um gosto, infelizmente a merda de uns é mais fedida.

Sangrem...

sangrem...

mostrem que estão vivos, que possuem ego, interesses e crises...ha ha ha ha

comprepag-online disse...

caras eu acho o seguinte.. :B
...não houve nenhum racha mesmo, o contrário, pra mim o que está havendo a construção de mais um coletivo pra cena local (e por que não seria uma coisa boa? Ow!) não sei pra que tanta “coisa”.
Talvez tenha entendido o motivo do novo coletivo por esse texto esclarecedor do Elton, pois, como se pode perceber, o Beradeiros, com seus sócios fundadores, não se encaixam no modelo de circulação, crítica, divulgação e tudo mais do circuito fora do eixo por as bandas beradeiras serem de hard core. E como foi dito aí, o circuito privilegia bandas indie (apesar de não concordar com essa visão do fora do eixo). Mas uma coisa? Em Rondônia existem bandas indies, não? Pois bem, então essa visão de se fechar é recíproca, não?. O Beradeiros ignora o Fora do Eixo, mas nem todas as bandas rondonienses e que tocaram no Beradeiros são de hard core, e essa porra não era pra ser um coletivo pra todas as bandas? ou é pras de hard core apenas? Temos aqui muitas bandas com estilos variados, com diferentes idéias políticas, econômicas, de mercado, de publico, de critica que vão pra diferentes direções, não se pode generalizar. Um coletivo não pode impor uma direção para a banda, concordo. Nem o Beradeiros.
Mais um coletivo é uma coisa boa sim, ainda mais tendo diferente foco do Beradeiros, completando espaços vazios sem competiçõeszinhas bestas de espaço, temos que brigar por espaço... E se pode dizer que esse novo coletivo é um filho do Beradeiros e pode até ter doído o parto, mas o Beradeiros não pode negar sua cria por mais que ele não siga o caminho que se espera pra ela, é preciso criar dialogo entre as organizações.
E que se foda essas ladainhas e de tentar fazer intriginhas ridículas... temos que fazer essa porra de “cena” se movimentar de todas as formas possíveis. E ranço sem motivo (coisa de velho mal amado), não ajuda em nada.
Diogo Quirino

Marcos Felipe disse...

É apenas uma correção nobre acreano.
Não estou fazendo réplica, ou tréplica meu caro, apenas dei minha opinião sobre alguns pontos. O trabalho, concordo com você, é o grande ponto. Sobre a Hey Hey Hey!, temos culpa(sim!) de ter lançado um EP este ano e em ter tocado na maioria dos eventos que ocorreram aqui em Porto Velho no cenário underground. Sinto muito pela melhora.

Chefe_XiitA disse...

eu pedia o exame de DNA nessa pohaa!

Paola Foroni disse...

Acho q esse texto esta mto politicamente correto para oq ele realmente quer dizer... ou melhor a atualização acima ja diz algo. ;/

Anônimo disse...

ha ha ha


é muita comédia

estou começando a gostar

vamos lá fantoches

dancem no campo minado

ha ha ha